Na política em 2025, “ocupação das ruas” é ocupação, também, das telas de smartphone. E se tem dois lugares onde estamos presentes eles são: o WhatsApp e o Telegram.
Por que WhatsApp e Telegram importam na política em 2025
Enquanto redes sociais vivem de algoritmos que mudam a cada semana, sugando a nossa atenção em troca de cliques — o que muitos já chamam de uma verdadeira economia psíquica dos algoritmos —, os aplicativos de mensageria entregam algo que qualquer campanha sonha: quase 98% de taxa de abertura no WhatsApp e cerca de 85% no Telegram. É difícil encontrar outro canal de comunicação com esse nível de impacto direto.
Crossmedia: integrar redes sociais e mensageria
Mas não basta criar um grupo ou uma lista de transmissão. Mobilizar digitalmente exige estratégia — e isso significa aplicar crossmedia: articular campanhas entre redes abertas e esses espaços privados, pensando o conteúdo e a jornada do usuário como um todo.
Quando falamos em mensageria, ou comunicação direta, é preciso compreender que ela não se sustenta pela simples replicação de postagens: o que funciona no feed não funciona da mesma forma nas conversas privadas. Pensar com cuidado é, sobretudo, compreender esses lugares — seus ritmos, seus formatos, as expectativas das pessoas e os códigos de interação do WhatsApp e do Telegram.
Cada mensagem enviada deve ser planejada para aquele ambiente específico; é aí que a semente pode germinar em engajamento, compartilhamento e até voto — mas só se for pensada com respeito ao contexto.
Chatbots como aliados da mobilização
É aí que entram os chatbots. Muita gente ainda associa bot a frieza ou spam, mas a verdade é que eles podem ser aliados potentes para campanhas populares.
Eles ajudam a dar escala ao diálogo: respondem dúvidas simples sobre agenda e propostas, direcionam demandas específicas para equipes humanas e ainda permitem segmentar conteúdos de acordo com o interesse da base.
Em outras palavras, ampliam a capacidade de mobilização sem transformar a experiência do usuário em um labirinto digital.
Escuta e participação digital
Para a esquerda, que sempre defendeu a política feita de escuta e participação social, sua aplicabilidade digital é possível quando do uso das ferramentas, WhatsApp e Telegram, de forma inteligente, construindo o diálogo e democratizando o acesso à informação.
É garantir que cada apoiador e/ou apoiadora, militante, simpatizante ou curiosa que chega pelo app não fique sem resposta. É mostrar que a comunicação pode ser ágil sem perder a proximidade.
Conclusão: da mensagem à mobilização real
No fim das contas, mobilização política nos apps exige dois compromissos fundamentais:
- Primeiro, compreender profundamente as ferramentas de mensageria — WhatsApp e Telegram não são apenas canais de envio, mas espaços vivos, com suas próprias regras e dinâmicas;
- Segundo, usar chatbots de forma estratégica, garantindo que ninguém fique sem resposta e que o diálogo mantenha o espírito de proximidade que sempre foi marca da política popular.
É nessa combinação que a comunicação direta deixa de ser apenas mensagem e se torna mobilização real.